Fugi das palavras, elas me desassossegavam.
Encontrei outras palavras, soltas, desconexos de imagens e sons. Queria o silêncio.
Agora as palavras dançam, fazem malabares. Embaralham-me. Desassossegam-me.
Voltei em silêncio. Mas as palavras estão em mim. Não sei o que fazer com elas.
Deixarei-as soltas... livres.
Não!
Juntarei-as como confetes e jogarei-as para além dos fios do meu cabelo.
Espero que o vento seja bonzinho e leve-as para longe. Mas se algumas ficarem, não as largarei. E acho justo não abandoná-las. Mesmo quando há silêncio.
Em meus cabelos sobram algumas palavras.
Não as pronunciarei. Respeitarei o meu silêncio. Respeitarei o silêncio das palavras.
Deixarei-as. Deixarei, deixarei as palavras me guiarem.