domingo, 29 de agosto de 2010

Migalhinhas de pão

Migalhinhas de pão na toalha da mesa, elas estavam lá após o jantar. Os dedinhos curiosos juntavam as migalhinhas de pão, sem ter pretensão de construir nada, apenas juntar, juntar e fazer bolinhas.Chamou-me atenção aquela mãozinha passear pela toalha e com os dedinhos juntar aquilo que ninguém dava importância. O que será que ele vê nessas migalhas? Talvez apenas migalhas e nada mais.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Às vezes escuto o mar da janela de casa,

Mesmo não morando perto dele.

Mas deixo o barulhinho das ondas adentrarem

Fico parada

Só ouvindo...

domingo, 15 de agosto de 2010

Saudadinha danada...com data para diminuir :D


Los Hermanos em Recife 15/10/2010


Retrato de Iaiá

Iaiá, se eu peco é na vontade
de ter um amor de verdade.
Pois é que assim, em ti, eu me atirei
e fui te encontrar
pra ver que eu me enganei.

Depois de ter vivido o óbvio utópico
te beijar
e de ter brincado sobre a sinceridade
e dizer quase tudo quanto fosse natural
Eu fui praí te ver, te dizer:

Deixa ser.
Como será quando a gente se encontrar ?
No pé, o céu de um parque a nos testemunhar.
Deixa ser como será!
Eu vou sem me preocupar.
E crer pra ver o quanto eu posso adivinhar.

De perto eu não quis ver
que toda a anunciação era vã.
Fui saber tão longe
mesmo você viu antes de mim
que eu te olhando via uma outra mulher.
E agora o que sobrou:
Um filme no close pro fim.

Num retrato-falado eu fichado
exposto em diagnóstico.
Especialistas analisam e sentenciam:
Oh, não!

Deixa ser como será.
Tudo posto em seu lugar.
Então tentar prever serviu pra eu me enganar.

Deixa ser.
Como será.
Eu já posto em meu lugar
Num continente ao revés,
em preto e branco, em hotéis.
Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Foi...

Tão boas lembranças tenho de ti, de nenhuma possuo desgaste ou desinteresse, apena não me servem mais, como o velho vestido de noiva, lindo, mas nada mais tem haver como meu corpo não possuo mais aqueles moldes, também já não me interesso mais pelo vestido de noiva.
Tardes cinzentas me pego lembrando de nós, são sempre tardes cinzentas com chuva a cair.
De ti guardei sempre um olhar, um confortável olhar, um amável olhar... amendoado olhar.
Eram tardes, noites, madrugadas e manhãs bonitas, como foram ... não desprezo nenhuma fração de segundo que dividi contigo, mas as ingratas horas fez de nós distantes, e nelas me perdi, confesso não soube entender o seu tempo, o meu tempo, qual era o tempo. Vivi e morri nosso amor, como a mesma urgência de quem nasce.
Amei com cores claras, até tudo virar um azul negro, um silêncio negro que até agora perturba meu coração, toda vez que escuto esse silêncio, lembro da tua respiração e vejo teu olhar, aí tudo me confunde, volta a claridade, como se eu voltasse a viver, aquilo que nem sei se vivi ou se sonhei. Falta-me o ar.
Ainda é uma tarde cinza, e tudo se foi... eu, você, nosso amor, as manhãs, as tardes, as noites, as madrugadas... é tudo se foi.