Sobrevive
VIVE
Sobre
Sob
Pra que tanta sensibilidade e não ser leve? Pra que tanto coração se não ter espaço? Pra que tantas lagrimas se não enche um rio? Pra que tantas perguntas se não há respostas? Pra que tanta madrugada? Pra que tantos eus? Pra que tanto tu em mim? Pra que tanto amor se dói? Pra que tanta força se é abstrato? Pra que tantas curvas em linha reta? Pra que tanto calor? Pra que tantos sonhos e pouca vida? Pra que dormir se tem que acordar? Pra que tanto planeta se o destruímos? Pra que tantos caminhos e poucas partidas? Pra que? Pra que? Pra que saber?
Uma alegria boba, involuntária, despretensiosa. Um sorriso discreto no rosto. Um olhar distante. Uma cor amarela entrava pela brechinha da janela, poeirinhas dançavam.
Só havia silêncio, os joelhos quase se encostavam. No canto do quarto, sentada na almofada ela lia. Às vezes o olhar distante e a feição alegre interrompiam a leitura, ou não! Talvez as pausas fossem mergulhos.
Aquela imagem dela feliz, sentada no canto do quarto, uma luz amarela a atravessar seus cabelos, me prendeu por minutos, ousaria dizer horas, mas seria um grande exagero, não importa, o tempo aqui é menor que as poeirinhas dançarinas. Única coisa que me importa é guardar em meu coração, a menina de pernas longas, de sorriso tímido e de cachos avelã.
Foi!
Foi de ciranda?
De ciranda foi!
Foi, foi, foi
Atrás da ciranda que meu amor foi
Foi, foi, foi
Foi amor de ciranda?
Foi!
Foi, foi, foi
Roda ciranda, roda ciranda, roda...
Roda menina,
Na ciranda
Rodar na ciranda que se foi
Foi, foi, foi
Foi a ciranda que se foi
Foi, foi, foi