segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Foi...

Tão boas lembranças tenho de ti, de nenhuma possuo desgaste ou desinteresse, apena não me servem mais, como o velho vestido de noiva, lindo, mas nada mais tem haver como meu corpo não possuo mais aqueles moldes, também já não me interesso mais pelo vestido de noiva.
Tardes cinzentas me pego lembrando de nós, são sempre tardes cinzentas com chuva a cair.
De ti guardei sempre um olhar, um confortável olhar, um amável olhar... amendoado olhar.
Eram tardes, noites, madrugadas e manhãs bonitas, como foram ... não desprezo nenhuma fração de segundo que dividi contigo, mas as ingratas horas fez de nós distantes, e nelas me perdi, confesso não soube entender o seu tempo, o meu tempo, qual era o tempo. Vivi e morri nosso amor, como a mesma urgência de quem nasce.
Amei com cores claras, até tudo virar um azul negro, um silêncio negro que até agora perturba meu coração, toda vez que escuto esse silêncio, lembro da tua respiração e vejo teu olhar, aí tudo me confunde, volta a claridade, como se eu voltasse a viver, aquilo que nem sei se vivi ou se sonhei. Falta-me o ar.
Ainda é uma tarde cinza, e tudo se foi... eu, você, nosso amor, as manhãs, as tardes, as noites, as madrugadas... é tudo se foi.

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