segunda-feira, 26 de abril de 2010

Quem não escreve...lê

Agora tenho uma meta, ler uma poesia por dia.
E quando possível postarei aqui, assim planto flores no mundo.


DESENCANTO

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto


Meu verso é sangue. volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remoso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

Manuel Bandeira

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