domingo, 17 de outubro de 2010

Hoje

Fico da cama olhando ele trabalhar. Uma caneca de café, às vezes duas. Vários cigarros. Finjo dormir pra ele não se sentir culpado. Não me incomoda seu trabalho noturno. Mas confesso, tem muito de que a cama fica muito maior do que deveria sem ele, mas durmo tranquilamente quando o sono é mais forte. Mas essa noite não. Quis observá-lo sem que ele percebesse. Queria reafirmar tudo que penso. Como quem olha pra algo que gosta e diz pra si, é eu gosto. Gosto não do que vejo, mas daquilo que sinto. Mesmo que veja em seu olhar o que sinto. Não gosto no sentido egoísta, só eu que vejo o quanto ele é o que é. Pelo contrário, sei o quanto sua beleza é visível. Apesar disso, não me causa ciúmes, orgulho, talvez. Agora bate uma vontade de abraçá-lo. Mas viro para o outro lado e resisto, é melhor deixá-lo trabalhar. Adormeço feliz, pela certeza que essa felicidade existe, não através dele. Através de nós. Pelo querer que ela exista, para nós. Recebo um beijo no rosto. Sinto-o adormecer junto comigo. Apesar do cansaço, sei que ele também sente essa felicidade.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Segunda-feira

O cheiro de cigarro impregnado na barba, o gosto de café em sua boca me acorda anunciando sua chegada, o sorriso em seu rosto me faz ter certeza que isso se chama felicidade.